A origem destas embarcações encontra-se diluída no tempo. Conhecem-se relatos que o situam no rio Douro em época tão longínqua quanto o século XIII, mas só em 1792 é que a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro publicou os alvarás relacionados com a embarcação, determinando os seus limites de carga e as horas de navegação (era proibido, por exemplo, navegar durante a noite).
Muito antes de haver estradas e até ligações ferroviárias, as Quintas produtoras do precioso Vinho do Porto estavam apenas acessíveis através do Rio Douro. Mas, naquela época, o Rio Douro não era o rio plácido que hoje conhecemos e sobre o qual navegamos em maravilhosos cruzeiros. Faltavam as barragens que, construídas a partir dos anos 70, acalmaram as águas do Douro. De madeira e tripulados por homens sem medo, rompiam as águas revoltas do Douro, carregados de pipas com Vinho do Porto, para este envelhecer nas Caves de Vila Nova de Gaia e, posteriormente, dali ser exportado para o mundo.
Não é, por isso, de admirar que o Barco Rabelo seja considerado uma obra prima da época. Em média, era possível transportar em cada barco até 100 barris de Vinho do Porto. Aqueles marinheiros, homens de coragem, davam nomes religiosos aos seus barcos numa prova de fé que, assim, confiavam os levariam a porto seguro. Com a construção da primeira via ferroviária do Douro, o rio deixou de ser a única opção para o transporte de barris.
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